São os sonhos misturados com memórias, entregando frases prontas em minhas mãos...
É meu dever decifrá-las...
É meu dever não me prender ao que elas significam.
Não há mais retorno, apenas uma visão do que parecia ser imperfeito.

Não sei bem o que significa...
Mas havia um lugar antigo, para onde fugíamos, e pacientemente nos escondíamos dos olhos alheios.
A verdade estava escrita, e a pureza corria por nossas veias.
O gosto apaixonante de tudo que eu poderia vir a sentir habitava seus lábios...
E a segurança de seus braços era nada mais do que tudo que eu não conhecia...até me ver longe deles.
Me machucar era o único meio de me fazer aprender...
E eu dei a chance de construir minha força, para mãos erradas por um bom tempo.
A cada vez que me visita em meus sonhos, é uma tortura acordar e recordar o passado.
Desejo profundo de atravessar as grades da realidade e abrir meu próprio caminho.
Um passado morto de fome tenta se apoderar de toda a minha força para viver o presente.
Já não há mais uma pausa para refletir o que escrever.
As palavras simplesmente saltam por meus dedos,
E cá está o resultado,
De outra noite mal dormida,
De outra lição que você me ensinou.
Caro andante frio e calculista, que a tempos me fez perder a razão...Por favor, desapareça, ou permaneça. O meio termo, certamente me matará.

Sinceramente eu tive que ouvir mais vezes do que pude contar, o som da porta se fechando para enfim acreditar em uma partida permanente.
São as vozes do fundo da alma, gritando para correr contra o tempo, contra a realidade, e não deixar que meu mundo se vá.
Mas tudo parece tão longe...E onde tudo começou, hoje se torna uma fonte de lembranças que apenas faz doer...
Os dias estão mais vagarosos...
O tempo passa sem nos dar chances...
E parece que o fim está cada vez mais distante, deixando apenas um espaço vazio.

Dias cinzas, fazem o vermelho das rosas se destacarem...
As lágrimas dos céus trazem a chance para olhares se perdoarem...
Há uma figura familiar, que te espera do outro lado da rua, prometendo um novo sorriso...
Há uma chamada que você não atendeu em seu telefone...
Há um ressentimento transbordando através dos grandes muros da sanidade.

São as palavras que a muito se escondem...
Juntei-as sem a certeza de que seriam condizentes.
Expressar-se acabou virando mais que uma necessidade
Em cada piscar de olhos, um recomeço.
Até que chegue ao fim.

É estranho, lembrar do que você a tanto encobriu.
Lembrar do que costumava ser, e ver sumir completamente hábitos e costumes...
Já não fazer tanta questão de que conheçam uma parte que me fez ser quem eu sou.
De fato, abusam das palavras ao dizer que eu os abandonei.
Na verdade, eu me abandonei, para poder renascer.
E aquela parte, que tanto se prendia a tantos...Hoje repousa, inativa, sem previsão de volta.
Mas as vezes, ao cair da noite...Ao despertar da madrugada, ainda sinto uma certa reluta desta parte esquecida...
Pareceu ser simples. Mas você só se dá conta do quanto foi difícil, quando pensa se conseguiria passar por tudo aquilo de novo.
Me orgulho por ter histórias jamais contadas, que serão guardadas apenas para os olhos de quem viu, para o coração de quem sentiu.

Se falar adiantasse alguma coisa
A principal fonte de dor, não seriam as mentiras.
Se palavras demonstram algum tipo de confiança, há um toque de ingenuidade dentro de você.
Palavras com toques de amor, doçura, ou frieza.
Eis aqui as quais decidem seu caminho. Formando um aviso para um coração desprovido da visão de luz do mundo, ou um atrativo para uma armadilha que leva a mente à total perda de sanidade.
Para palavras adiantarem algo, cada letra deveria ter uma reação sobre a pele, sobre a carne. Cada mentira, um corte. Cada verdade, uma salvação.
Fôlego.
Cores.
Delírios.
Palavras.

E se da praiana eu to longe, com ele eu vou sintonizar a mente...

O céu vai ser meu mar... 

As nuvens, as ondas bravas me chamando...

Uma boa flor, para lembrar, que é da terra que brota a raiz, o presente do mundo para a mente.

Nem as centenas de quilômetros vão tirar minha sintonia com o mar, com o sol, com a lua.

Jogo como lembranças ao vento, a fumaça da brasa que queima a minha frente.

em histórias passadas, tão de repente...
A cabeça já confunde o que aconteceu, e o que só ficou na mente.
Não há mais jogadores, vazio ao meu lado, nado contra a corrente.
É fluente.
Fico contente, depois que arde, é quente, vem a leveza da alma, adormece o presente.

Deu saudade... de quem eu sei que não vai mais ligar, de quem eu sei que nunca mais vai por tanta doçura na voz, de quem eu sei que não vai mais se importar se eu ligar dizendo que sinto falta.
Só deu saudade, do tempo que era, que eu deixei passar....
É, amigo. De novo...bateu aquela saudade.

Há perguntas, sendo escritas nas paredes...

Qual o nome destas lágrimas? Que mesmo na luz do dia não temem se mostrar.

Não escreverei respostas... 

Os motivos, razões e explicações se fundem em meu coração.

Simplesmente não existe uma certeza.

Sempre foi melhor ignorar as perguntas.

As letras nas paredes, conversam sozinhas.

Não há resposta para elas, mas sua tinta continua permanente, se desgastando apenas com o tempo.

Sempre foi melhor permanecer assim.

Eu simplesmente não sei o que dizer,

sentir...

Não sei o que ser.

É o peso do mundo em seus ombros.
É o fardo do passado, acorrentado em seus pés.
Libertação.
O peso das lágrimas, parece bem maior agora...E tudo o que eu tenho feito, parece ter sido em vão.
Afinal, os sonhos distantes, seriam realmente inalcançáveis ? As histórias que imaginei, estariam apenas se desfazendo em cinzas a minha frente?
Havia um caminho trassado ao paraíso, e eu decidi que este não deveria ser o melhor.
Peguei um atalho, que me levou a escuridão e bem...não era isso o planejado.
Perdida no atalho para o paraíso, perdi as esperanças de enxergar do topo a luz brotar novamente.
Por favor, me salve.
Não há mais caminho a seguir.

Minha arte.
Meu prazer.
Minha vida.
Seja bem vinda, dor...
Quais palavras belas de conforto tem a me oferecer esta noite?

Na realidade, aquele som me remetia a profundas viagens dentro de mim.
Um oceano de coisas que as cortinas do meu subconsciente tentou esconder. Mas chegou um momento, que foi inevitável transparecer as mentiras.
Estava tudo aqui, e eu não podia ver.
Flores repletas de espinhos, que acariciam a visão, e machucam a pele...
Uma canção, que narra as palavras através de minhas mãos.
Uma lembrança, que me leva para os confins da minha própria mente, para que eu tente entender, como eu deixei passar tudo isso?

Ela sabe que cada sorriso dele...tem o poder da morte e da cura.
Ela sabe, que cada passo em sua direção, é uma sentença de sua própria morte, e que também, cada passo rumo o mesmo caminho dele...É entregar plenamente sua alma. Ao mesmo tempo, virar as costas, é não ter um motivo para sair do lugar.
Ela sabe o que ele significa, e a muito tempo.
A muito tempo, também, ela percebeu...que se não corresse esses riscos, se não entregasse sua alma, ela perderia o motivo pelo qual ela ainda mantia sua sanidade.
Amor, meus caros, é um assunto delicado, frágil, e totalmente disperso de qualquer bem.
Para a maioria das pessoas, ou você escolhe o caminho do amor, ou da razão. A união dos dois, na realidade, não faz o menos sentido. As pessoas não fazem sentido.
Ou talvez, eu só esteja ficando fora de mim.