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terça-feira, 7 de julho de 2015

Já a tanto tempo te busco, e ao me aproximar recuo.
É o medo de quem já se queimou com a brasa, de quem já sentiu o que pensou ser o último fôlego da vida.
Eu via o gigante estampado à minha frente, e temia.
Minhas palavras tão miúdas, tão insignificantes... Que diferença faria diante de tamanha imponência?
"Não... Melhor ficar por aqui. Guardar no peito, manter calado, me afogar em meus próprios desaforos."
Ironicamente, nossas tristezas que guardamos no peito trancadas para morrer, acabam virando a sombra do gigante que tanto tememos.
Mas quem diria... Situação familiar, me sinto em casa. Mas sempre foi tão frio por aqui? Eu costumava me lembrar, mas hoje já me perco entre borrões e manchas da memória.
Mesmo depois de conhecer o mundo lá fora, o abrigo entre uma palavra e outra continua sendo meu lar. Por quanto tempo estive fora? - O suficiente.
Como voltei para cá? Talvez a vida tenha um plano para mim, e talvez minha volta até aqui tenha um propósito.
Uma revolução interior se aproxima, a tempos posso sentir seus passos pesados fazendo tremer a superfície.
Talvez seja a hora de fechar os olhos. Talvez seja a hora de cair por terra, e deixar aprofundar as raízes.
Mas a que custo?...
Esbarro nas paredes empoeiradas e mau iluminadas... - há de ter uma janela aqui em algum lugar!
Eu saí e deixei toda essa bagunça? Não é atoa que não quis voltar.
Passo, passo, passo, tropeço, passo, passo...
Sento-me para aproveitar a sensação de voltar pra casa como quem senta em volta de uma fogueira em uma noite fria.