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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Mother...

Se sentindo totalmente perdida, e deslocada no mundo chegou a seu quarto em uma fúria intensa.
Mal esperou fechou a porta de seu quarto para soltar seus berros e soluços de desaponto consigo mesma.
Sua mãe - a pessoa qual ela sempre amara mais que a própria vida- preocupada entrou em seu quarto, se fingindo ser desatenta, tentando ignorar os desenhos dramaticamente rabiscados nas paredes e as fotos perturbadoras coladas nelas...caminhou até a cama onde estava estirada e acariciou seus cabelos - tão lisos e brilhantes que causavam inveja, e tão vermelhos que causavam espanto - sentou-se ao lado da garota, e então sua vóz quebrou o silêncio.
-Filha, só quero que saiba, que por mais que o mundo pareça não corresponder a você, lembre-se, eu sempre estarei aqui ao seu lado...Jamais te abandonarei.
A garota enfurecida com o mundo não disse uma só palavra. 
O silêncio foi mais duro do que as palavras que ela poderia ter dito para afetar a mãe. Ela não queria magoa-la, então guardou as palavras para sí mesma, para que ficassem apenas em seus pensamentos.
A mãe então levantou-se, beijou seu rosto, e deixou o quarto.
Já era tarde, a noite se fazia cada minuto mais assustadora. Nuvens carregadas com seus raios se aproximavam e a tempestade era evidente.
A garota já angustiada não se fazia melhor ao ouvir trovões. 
Foi até a cozinha, e pegou a faca mais afiada que encontrou...Subiu correndo as escadas segurando-a, sem pensar que poderia ter se ferido em tal ação.
Sua mãe estava dormindo a muito tempo, portanto a casa era apenas dela e de seus pensamentos.
Não é surpresa nenhuma para ninguém o que ela queria com aquela faca.
Sua vida era um abismo, um terror. Para ela, nada era compreensível, como se ela simplesmente houvesse chegado no tempo errado.
Os raios ficavam cada vez mais estrondosos, a chuva e o vento dançavam juntos como se houvesse uma musica os guiando, ou lutando como se quisessem matar um ao outro, e batiam brutalmente na janela do quarto da garota...Que por sua vez encarava a faca, e deixava a amostra seus pensamentos.
Deitou em sua cama, e guardou a faca afiada com seu lado cortante para cima por baixo do frágil lençol.
O mais simples toque seria o suficiente para um corte, dependendo do ângulo, mortal.
A garota adormeceu, lembrando das noites chuvosas de quando era criança, nas quais a mãe se deitava com ela e as duas dormiam abraçadas, e ela não queria mais acordar.
Pelo que posso ver, não foi só ela que se lembrou disso...
Pois na manhã seguinte, sua mãe estava deitada ao seu lado.
Mas somente a garota acordou naquele dia...
A faca que ela havia deixado em cima da cama para um possível suicídio estava penetrada no peito da mãe, que foi lhe visitar durante a noite, para relembrar a infância nostálgica da garota.Não houve tempo para pedir socorro, a faca havia perfurado seu coração, e a muito o corpo já estava frio e sem vida.
Só aí ela percebeu, que ela ainda não havia caido no abismo, que sua mãe estava a segurando para que não caísse, as palavras de sua mãe ecoavam em sua mente, e ela imaginava as mil respostas que poderia tê-la dado, agradecendo o conforto e o esforço... O quanto ela se arrependera por ter pensado em abandonar sua mãe cortando os próprios pulsos naquela noite, o quanto ela desejara não ter pego aquela faca, e acima de tudo.. o quando ela desejara ter abraçado sua mãe aquela noite...


QUANTAS VEZES VOCÊ JÁ ABRAÇOU SUA MÃE HOJE? (:
Já parou para pensar que ela pode ser quem está te segurando para que não caia no abismo?

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